Meu ensino médio foi inesquecível! Mais uma vez mudei de
escola, dessa vez foi mais fácil ainda de me adaptar, pois alguns amigos foram
junto comigo. Fiz novas amizades (que trago comigo até hoje), amadureci e criei
mais responsabilidades. O objetivo principal dessa escola era: Aprovação no
vestibular! De acordo com a lei de diretrizes e bases da educação (Brasil,
1996), “o ensino médio permite o ingresso no ensino superior, mas não tem como
objetivo a preparação para o concurso vestibular, e sim o desenvolvimento
global do educando e a preparação básica para o trabalho e a cidadania”. Mas
não foi bem assim que aconteceu. Esses anos foram de muita pressão, parte pelos
professores, parte por mim mesma.
Nossas aulas eram exclusivamente expositivas, com a
utilização de livros, cópias de conteúdos nos cadernos. Os professores tinham
muita “pressa” de passar o conteúdo, os laços afetivos e a relação
aluno-professora eram muito distantes. Para Oliveira e Alves (2005), a relação
aluno-professor se torna fundamental para que os alunos tenham uma formação
completa. É imprescindível que o professor proporcione aos alunos diversas
situações e desafios que os auxilie a desenvolver suas competências,
habilidades e comunicação.
As propostas de interdisciplinaridade ainda eram poucas,
e quando presentes estavam relacionadas a viagens de campo. Nesse período tive
a oportunidade de viajar pra outras cidades com meus amigos, foram viagens inesquecíveis!
A finalidade era de aprender além do ambiente de sala de aula.
Conhecíamos a história e os principais pontos turísticos.
Além disso nos divertíamos muito! Durante a viagem deveríamos correlacionar de
maneira contextualizada o que aprendemos na viagem e o conteúdo trabalhado em
sala de aula. Ao final da viagem era solicitado um relatório que deveria ser
interdisciplinar, com o intuito de exercitar e correlacionar os saberes
adquiridos. Deste modo, engatinhamos o aprendizado de correlacionar os saberes,
de contextualizar. Morin defende que o aprendizado bem estruturado é o
resultado de um processo contínuo ao longo dos diversos níveis de ensino, em
que a cultura científica e a cultura das humanidades podem ser mobilizadas.
Para ele a mudança de pensamento permite ao aluno pensar de maneira mais
abrangente e completa.
Apesar de terem sido anos intensos e de muita pressão,
foram inesquecíveis! Toda aquela correria serviu de aprendizado para a fase adulta!
Hoje, recordo-me com muita saudade!
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma,
reformar o pensamento; tradução Eloá Jacobina, 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003, 128 p.
OLIVEIRA, Cynthia Bisinoto
Evangelista de; ALVES, Paola Biasoli. Ensino
fundamental: papel do professor, motivação e estimulação no contexto escolar.
Paidéia, Ribeirão Preto, v. 15, n. 31, ago. 2005